O Brasil melhorou três posições no ranking da percepção de corrupção construído pela Transparência Internacional de Berlim. O índice é divulgado anualmente no final de cada ano. O Brasil ocupa a 69ª posição entre 175 países e territórios.
A melhora não é tão significante, pois o Brasil continua atrás do Chile, Uruguai, Ruanda e Botsuana. Essa melhora vem no momento em que o país vive o maior escândalo de corrupção de sua história, que é o desvio de recursos da Petrobrás.
O índice não mede o nível de corrupção do país, mas apenas a percepção de atores que fazem negócios ou que atuam em áreas diversas da sociedade. O ranking da ONG Transparência Internacional é feito a partir de pesquisas que avaliam a percepção dos entrevistados em relação à corrupção no setor público. A pesquisa deste ano foi feita com base em questionários aplicados a participantes de 12 instituições internacionais como Banco Mundial, Fórum Econômico Mundial, Banco Africano de Desenvolvimento, etc...
Entre as perguntas feitas aos entrevistados estão questões como: "em que medida os agentes públicos são impedidos de utilizar suas posições em proveito próprio?"; "em que medida os agentes públicos que cometem abusos por conta de suas posições são processados e punidos?"; e "em que medida o governo contém a corrupção efetivamente?".
As notas dadas aos países variam de 0 (mais corrupto) a 100 (menos corrupto). Em 2014, o Brasil obteve a nota 43, apenas um ponto a mais que a obtida em 2013, quando o Brasil ficou com 42 pontos. A Dinamarca foi a melhor colocada no levantamento, e a Somália, a pior. O aumento da nota, no entanto, permitiu que o país saísse da 72ª posição no ranking e chegasse à 69ª.
Entre os países com a menor percepção sobre corrupção no setor público de acordo com o ranking da ONG Transparência Internacional estão: Dinamarca (1°), Nova Zelândia (2º), Finlândia (3°), Suécia (4º), Noruega (5º), Suíça (6º), Cingapura (7º), Holanda (8º), Luxemburgo (9º) e o Canadá (10º). Este é o terceiro ano consecutivo que a Dinamarca lidera o ranking.
No "final da fila" estão Eritreia (166º), Líbia (167º), Uzbequistão (168º), Turcomenistão (169º), Iraque (170º), Sudão do Sul (171º), Afeganistão (172º), Sudão (173º), Coreia do Norte (174º) e Somália (175º).
Segundo Josmar Verillo, Presidente do Conselho da AMARRIBO Brasil, o Brasil teve avanços institucionais importantes, como a Lei da Ficha Limpa, a Lei de Acesso a Informação, e a Lei Anticorrupção. Essas iniciativas foram capitaneadas dentro do Governo pela Controladoria Geral da União, que liderou, apoiou, ou incentivou a implantação desses instrumentos legais que ajudam no combate à corrupção.
A descoberta de esquemas de corrupção em grande escala, como o Mensalão, e agora o Petrolão, com compra de apoio político para a consecução de um projeto de poder acabou ofuscando os avanços institucionais conseguidos.
No caso do Mensalão, foram identificados os personagens, e ocorreram punições, ainda que pífias, aos olhos da população. Resta saber qual vai ser o desfecho no caso do Petrolão, que também tem indícios de compra massiva de apoio político com recursos desviados do setor público.
Clique aqui e veja o ranking da percepção de corrupção no site da Transparency International
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