quinta-feira, 10 de julho de 2014

Brasil e Alemanha: Nossa Derrota Fora do Gramado É Mais Vergonhosa

Texto: Luiz Flávio Gomes (*)

No gramado perdemos para a Alemanha de 7 a 1. O mundo desabou sobre nossa cabeça. Pior é que são raros os momentos em que somos todos brasileiros (rico e pobre, preto e branco, PT e PSDB, católico ou protestante etc.), atacando numa única direção. Fora do gramado, no entanto, em termos de país competitivo e de qualidade de vida, nossa derrota é muito mais vergonhosa. O que me deixa desapontado é que esta segunda não nos causa tanta decepção como a primeira. Vamos aos números.

Entre 1980 e 2012, o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da Alemanha passou de 0,780 para 0,920. É o 5º país no índice geral, 80 anos de esperança de vida e renda per capita de US$ 41 mil. O IDH mede a renda das pessoas, escolaridade e expectativa de vida. Ela saiu arrasada da Primeira Guerra Mundial (1914-1918). Saiu destruída do nazismo e da Segunda Guerra Mundial (1933-1945). Hoje é a nação economicamente mais forte da Europa, tendo alcançado o nível excelente em qualidade de vida em poucas décadas. Técnica, planejamento, organização, dedicação, empenho: são qualidades que eles esbanjam orgulhosamente.

E o Brasil? De 1980 a 2012 nós melhoramos (saímos de 0,522 para 0,730 no IDH), mas ocupamos a vergonhosa posição de número 85. Somos hoje menos que a Alemanha em 1980. Pior: há muitos anos estamos patinando na casa dos oitenta no IDH. O Brasil melhorou, mas estamos longe das nações civilizadas. Nossa esperança de vida é de 74 anos, escolaridade média de 7 anos (contra 13 dos alemães) e nossa renda per capita é de US$ 12 mil. Tanto Brasil como Alemanha estão entre os 10 países mais ricos do planeta. Ocorre que eles são ricos e promoveram o desenvolvimento da qualidade de vida das pessoas (5º do mundo); nós somos ricos e extremamente desiguais: baixa escolaridade, ¾ da população são analfabetos funcionais, piores índices na educação, ridícula competitividade, precária inovação, serviços públicos de quinta categoria, transporte público indecente, saúde doente, Justiça injusta e morosa, escola analfabeta etc. Somos, não por acaso, o 85º país do mundo (dentre 186) em termos de qualidade de vida.

Temos capacidade para produzir riqueza, mas nunca soubemos transformar isso em qualidade de vida para todos (veja Flávia Oliveira, O Globo 9/7/14: 26). Sabemos ganhar, mas não temos a menor ideia do que seja distribuir. Socioeconomicamente sabemos rivalizar, não cooperar. O índice Gini da Alemanha (é o que mede a desigualdade: quanto mais se aproxima do zero, mais igualdade; quanto mais perto do 1, mais desigualdade) é de 0,27; o do Brasil é 0,51. Somos o dobro de desiguais. O que isso provoca? Violência, desorganização social, péssima qualidade de vida, miséria, fome etc. Um exemplo: os alemães contam com menos de 1 assassinato para cada 100 mil pessoas (0,8, em 2011). E o Brasil? 29 para cada 100 mil (em 2012). Somos mais de 30 vezes mais violentos que eles. Essa é uma das nossas tragédias, que os alemães não conhecem. Somos ainda o 12º país mais violento do mundo, o campeão mundial nos homicídios em números absolutos (56 mil por ano) e, das 50 cidades mais letais, 16 estão no nosso país.

De todas essas goleadas acachapantes nós não nos envergonhamos. Da desigualdade temos orgulho, não vergonha. Que pena! Aqui é que temos que nos superar: em qualidade de vida, uso da tecnologia, ciência, conhecimento, educação... Feito isso, muitas estrelinhas vamos colocar na camisa da seleção brasileira, porque não nos falta talento e habilidade.
 
(*)  Luiz Flávio Gomes é Jurista e professor. Fundador da Rede de Ensino LFG. Diretor-presidente do Instituto Avante Brasil. Foi Promotor de Justiça (1980 a 1983), Juiz de Direito (1983 a 1998) e Advogado (1999 a 2001). [ assessoria de comunicação e imprensa +55 11 991697674 [agenda de palestras e entrevistas] ]

Valor Mínimo de Transferência Via TED é Reduzido para R$ 750

Já está em vigor o novo piso para operações entre diferentes bancos 
 
Fonte | O Globo

Os correntistas podem fazer transferências eletrônicas para bancos diferentes a partir do valor de R$ 750, segundo informou a Federação Brasileira de Bancos (Febraban). O valor mínimo para uma transferência eletrônica disponível (TED) era de R$ 1000. O valor da tarifa varia de acordo com cada instituição financeira.

A diferença entre uma TED e um Documento de Crédito (DOC), é que a TED está disponível no mesmo dia, já que o dinheiro é transferido em tempo real, enquanto o DOC é necessário esperar ao menos um dia para a conclusão da operação.

Esse tipo de operação surgiu em 2002, com o limite inicial de R$ 5 milhões. No ano seguinte, foi reduzido para R$ 5 mil e gradualmente a Febraban tem feito ajuste nesse valor. Esse limite é necessário para que os sistemas de pagamentos e de compensações de transações não fiquem sobrecarregados. No entanto, a partir do ano que vem as instituições financeiras já podem operar com valores abaixo desse limite para as transações com outros bancos.

A popularização e menor valor da TED pode ter contribuído para a queda do número de depósitos. Em 2009, 72% das operações de transferências de recursos eram realizadas por meio de depósito em 2009. Em 2013, essa participação caiu para 54%, segundo dados da Febraban. Já do total das transações bancárias, 47% é feita com o uso do internet banking ou por aplicativos em celulares.

quarta-feira, 9 de julho de 2014

Anulada Judicialmente a Convenção do PT que Lançou Candidatura de Padilha

Decisão, em caráter liminar, atende a pedido do deputado Luiz Moura, suspenso pelo partido após denúncias de ligação com PCC 
 
Fonte | Estado de S. Paulo / por Jornal Jurid

O juiz Fernando Oliveira Camargo, do Tribunal de Justiça de São Paulo, derrubou a suspensão aplicada pelo PT ao deputado estadual Luiz Moura e, por efeito da decisão, anulou a validade da convenção partidária que definiu as candidaturas da legenda no Estado de São Paulo, entre elas a do ex-ministro Alexandre Padilha ao governo. O partido já afirmou que vai recorrer. Luiz Moura foi afastado da sigla por 60 dias após a divulgação de denúncias de ligação com o Primeiro Comando da Capital (PCC).

A decisão, de caráter liminar, foi concedida no sábado, 5, prazo final para o pedido de registro dos candidatos que desejam disputar as eleições. O deputado, que tentava a reeleição, publicou a reprodução da liminar em seu perfil no Facebook. Luiz Moura foi suspenso do PT em junho e ficou proibido de participar das convenções que definiriam as candidaturas. À Justiça, o deputado alegou não ter tido direito a ampla defesa no caso.

"Os documentos juntados aos autos demonstram que o autor (Moura) foi suspenso de suas atividades partidárias com o nítido propósito de afastá-lo da oportunidade de participar das escolhas dos candidatos à próxima eleição, uma vez que apenas baseadas em fatos lançados pela imprensa, sem a devida apuração pelas autoridades constituídas", afirma a decisão.

Ainda de acordo com o juiz, Moura não foi ouvido devidamente pelo partido. "Diante destas considerações, concedo liminar, para suspender a penalidade aplicada ao autor e, por conseguinte, determinar a nulidade da convenção partidária realizada no dia 15 de junho, permitindo que o autor possa ter seu nome lançado como pretendente a candidato a deputado estadual para as próximas eleições", conclui o juiz.

O presidente estadual do PT-SP, Emídio de Souza, afirmou que vai recorrer assim que for notificado pela Justiça. Segundo Emídio, a liminar "é completamente equivocada". "Confiamos no Tribunal de Justiça", afirmou o dirigente. Em nota oficial, o PT-SP afirmou também a convenção petista foi realizada "observando todas as exigências legais" e lembrou que a suspensão de Luiz Moura foi uma decisão unânime da Executiva Estadual.

Segundo a assessoria do TJ-SP, a liminar foi feita durante o plantão judiciário do fim de semana e ainda não foi distribuída. A decisão já é válida, mas precisa ser cadastrada em alguma vara criminal para haver continuidade no processo. O procedimento só deve ocorrer a partir da próxima quinta-feira, 10, em razão do feriado desta quarta-feira, 9.

Em seu perfil no Facebook, Luiz Moura comemorou a decisão. "A justiça existe. Obrigado Senhor pelo reconhecimento e por iluminar o Judiciário a também reconhecer a verdade", postou Moura.

Relembre o caso. Luiz Moura participou de uma reunião em março que foi alvo de uma operação da Polícia Civil de São Paulo em uma investigação sobre o envolvimento do PCC nos ataques a ônibus na capital paulista neste ano. Neste encontro, ocorrido em uma garagem de ônibus na zona leste, estavam pessoas com antecedentes criminais e um foragido da Justiça. A polícia não fez nenhuma imputação ao deputado petista, mas anotou sua presença na reunião.

O deputado negou ter qualquer envolvimento com o PCC. Moura alegou que seu mandato é voltado para a área de transportes - ele foi líder dos perueiros antes de ser eleito - e sempre faz reuniões em garagens. Em razão da divulgação dos fatos, o PT criou uma comissão para ouvir o parlamentar e, no começo de junho, anunciou a suspensão por 60 dias.

Na nota divulgada na tarde desta terça, o PT reafirmou que vai manter a punição. "A sociedade brasileira exige que os partidos políticos ajam com rigor na escolha de seus filiados e candidatos. Em sintonia com esse sentimento, o PT empreenderá todos os esforços para fazer valer uma decisão soberana, democrática e pela ética na política."

Uma Análise da Derrota do Brasil

Fonte: Geração de Valor

Não há razão, explicação ou justificativa que me faça sentir felicidade alguma ao ver o Brasil perder de 7 x 1 numa semifinal de Copa, dentro do Brasil. Não fico nada feliz com isso. Considero este resultado uma das maiores humilhações em toda história do futebol.

Neste momento, é a hora que vão surgir os profetas do passado, com os seus "eu sabia" ou com as mais mirabolantes teses para este vexame.

Uma coisa é certa. Este fato pode servir para o país cair na real: não somos o país do futebol, nem dos hospitais, das escolas, tampouco o país da economia que cresce virtuosamente e que produz riquezas para a sua população.

Somos um país violento, corrupto, com altos impostos sem retorno, com serviços públicos longe da dignidade, com um baixíssimo IDH, onde a impunidade dá as cartas, os políticos perderam a vergonha e uma grande porção da população troca o seu voto por uma dentadura. Esta é a realidade vivida no dia a dia do brasileiro que também representa uma enorme humilhação para sua população de bem.

Esta derrota, principalmente pela forma que se apresentou no jogo de hoje, pode servir para o brasileiro tomar consciência de sua realidade. Se este fato realmente contribuir para abrir os olhos da população brasileira, eu me atrevo a dizer que todos os bilhões despejados nos estádios Brasil afora, mesmo em estádios que jamais serão usados e que virarão um museu a céu aberto, pelo menos podem ter valido a pena, uma vez que o país, após essa tomada de consciência, tenha ganhado a chance de mudar o seu rumo.

Agora, se nada mudar depois de hoje, se o brasileiro continuar hipnotizado pela ilusão de que estamos na direção certa, continuaremos a perder o jogo da vida em nosso país. Pra quem ainda não percebeu, o Brasil de verdade, não o time de futebol que veste a amarelinha, também está perdendo o jogo da vida em sua história. No entanto, o que seria uma enorme perda é continuarmos achando que, do jeito que estamos jogando, nós ainda somos o país do futuro.

Não, não somos. Também estamos perdendo de goleada, mas poderíamos ser o país do futuro e muito mais. A boa notícia é que ainda dá tempo pra virarmos o jogo.

Creio que o que passa na cabeça de todo mundo agora, em relação ao time de futebol do Brasil é: "tem que trocar este time. Tem que trocar este técnico. Verdade. Tem que trocar mesmo.

E no jogo da vida?

A mesma coisa. Tá na hora de trocar todo mundo.

terça-feira, 8 de julho de 2014

PEC Estabelece Critérios para Ingresso nas Carreiras de Juiz, Promotor e Delegado

Ausência de restrições tem levado pessoas cada vez mais jovens a participar de processos seletivos 
 
Fonte | Agência Câmara

A Câmara analisa a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 399/14, que passa a exigir do bacharel em Direito no mínimo 30 anos de idade e três anos de atividade jurídica para ingresso nas carreiras de juiz, promotor e delegado da Polícia Federal e Civil.

A proposta também modifica o texto constitucional para condicionar o exercício da advocacia por promotores, magistrados e delegados, inativos ou aposentados à prévia aprovação em Exame de Ordem.

Maturidade intelectual

Em relação à idade mínima, o autor da proposta, deputado Moreira Mendes (PSD-RO), afirma que a atual ausência de restrição tem levado pessoas cada vez mais jovens a participar dos processos seletivos.

“É desejável que, para as carreiras de magistrado, de promotor e de delegado, os candidatos tenham uma maturidade intelectual e social mais expressiva, ou seja, que tenham mais vivência para atuar proferindo decisões que refletem na vida das pessoas”, justificou.

Amadurecimento profissional e conhecimentos jurídicos mais densos também foram citados por Mendes para manter a exigência de um tempo mínimo de três anos de atividade jurídica para ingresso nas referidas carreiras.

Isonomia

No caso do Exame de Ordem, Mendes afirma que a modificação é necessária para garantir o respeito ao princípio da isonomia entre os profissionais habilitados a advogar. “Aqueles que não são promotores ou juízes necessitam de prévia aprovação no Exame de Ordem para exercer o ofício da advocacia, inclusive se quiserem se tornar juízes ou promotores no futuro, enquanto as categorias citadas são dispensadas de prestar o exame se quiserem advogar”, completou.

A PEC terá impacto maior na carreira dos delegados da Polícia Federal e da Polícia Civil, em que atualmente não é exigido tempo mínimo de atividade jurídica, idade mínima, nem tampouco prévia aprovação em Exame de Ordem como pré-requisito para exercer a advocacia ao se aposentarem.

Tramitação

A proposta foi apensada à PEC 25/11 e terá sua admissibilidade examinada pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania. Se aprovada, será analisada por uma comissão especial a ser criada especificamente para esse fim. Depois, seguirá para o Plenário, onde será votada em dois turnos.

TSE Suspende Propagandas do Governo Federal

Foram suspensas propagandas da Petrobras, do Ministério da Educação e da Agência Nacional de Saúde Suplementar
 
Fonte | O Globo

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) concedeu liminar à coligação Muda Brasil, do candidato Aécio Neves (PSDB), e suspendeu propagandas da Petrobras, do Ministério da Educação e da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).

“Pela decisão liminar, a compreensão é de que houve vinculação dos anúncios dos órgãos contrária à lei eleitoral”, diz o PSDB em nota.

A coligação argumenta que os três órgãos federais promoveram propaganda eleitoral antecipada. Na representação, a coligação cita os nomes da presidente Dilma Rousseff e do vice-presidente Michel Temer como beneficiários das propagandas.

A coligação também destaca o fato de as propagandas exibirem o logotipo do governo federal e o slogan "país rico é país sem pobreza", da gestão Dilma Rousseff. Os órgãos devem agora apresentarem a defesa ao tribunal.

Negada Indenização por Abuso de Liberdade de Imprensa

O nome do autor foi exposto em um jornal eletrônico, com a informação de que estava preso por suposto crime sexual e sequestro de crianças 
 
Fonte | TJMS
 
Por unanimidade, os desembargadores da 3ª Câmara Cível negaram provimento a uma apelação interposta por A. F. de S. contra sentença que julgou improcedente pedido de indenização por danos materiais e morais movida em face de S. de L. C., alegando que houve abuso da liberdade de imprensa por divulgação de informações falsas que ocasionaram prejuízo patrimonial no montante de R$ 70.000,00 e de fatos que estavam em segredo de justiça.

Consta do processo que S. de L. C. publicou em seu jornal digital um suposto crime de sequestro e abuso sexual praticado pelo autor, sendo que as informações estavam em segredo de justiça. Para A. F. de S.esse fato ocorreu em abuso à liberdade de imprensa, que lhe causou dano material e moral.

Considerando que o processo trata de duas garantias, a da liberdade de imprensa e a do direito à personalidade, o relator do processo, Des. Fernando Mauro Moreira Marinho analisou caso a caso e explica que há um estreito e indissolúvel vínculo entre a liberdade de imprensa e todo e qualquer estado de direito que pretenda se afirmar como democrático, sendo a imprensa livre o combustível vital para sua sobrevivência.

“Por isso, a mínima cogitação em torno de alguma limitação da imprensa traz naturalmente consigo reminiscências de um passado sombrio de descontinuidade democrática. Mas aponta ainda que essa liberdade de expressão deve andar com os olhos voltados a outros valores e garantias constitucionais, fundadas em não violar a vida privada, a intimidade, a honra e a imagem, nem os valores da pessoa e da família”, escreveu em seu voto.

No caso, de acordo com o processo, o nome do autor foi exposto em um jornal eletrônico, com a informação de que estava preso por suposto crime sexual e sequestro de crianças. Inclusive, consta nos autos que o autor estava sendo investigado por outros supostos crimes sexuais e pelo desaparecimento de outras crianças.

Analisando conteúdo e conotação das publicações, ficou claro para o relator que a informação jornalística objetivou um fato ligado ao interesse público, mais precisamente ao desaparecimento e abuso sexual de crianças na região. “O foco da notícia não foi a ‘pessoa’ do autor, mas sim os fatos, não demonstrando intuito específico de agredir moralmente a vítima, mas apenas narrar fatos de interesse coletivo, restando, assim, evidente que não houve abuso da liberdade de imprensa que justifique a concessão de indenização ao autor”, votou.

segunda-feira, 7 de julho de 2014

CGU Informa Situações de Inelegibilidade ao CNJ e ao MPU

Fonte: Assessoria de Comunicação Social da CGU

A Controladoria-Geral da União (CGU) encaminhou ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ), no último dia 30 de maio, uma relação com nomes de 3.314 servidores públicos apenados administrativamente com expulsão do Poder Executivo Federal. O objetivo é que a lista sirva de subsídio para o cumprimento da Lei da Ficha Limpa (Lei Complementar nº 135/2010), que incluiu dispositivos na chamada Lei de Inelegibilidades (LC nº 64/1990). A mesma lista foi encaminhada pela CGU ao Ministério Público da União (MPU), por meio do sistema Sisconta Eleitoral.

A Lei da Ficha Limpa define que os demitidos do serviço público em decorrência de processo administrativo ou judicial tornam-se inelegíveis por oito anos, ou seja, não podem disputar cargos eletivos durante esse período. A relação levantada pela CGU considera os servidores apenados entre janeiro de 2006 e maio de 2014, com o objetivo de abranger todas as penalidades ocorridas nos últimos oito anos. Além do envio da relação dos apenados para o CNJ e o MPU, a CGU também disponibiliza, no Portal da Transparência, a lista das penalidades aplicadas, por meio do Cadastro de Punições Expulsivas (Ceaf). O objetivo é promover a transparência ativa das informações. Confira.

Ninguém Ganha Nesse Jogo

Texto: Pedro Cardoso da Costa (*)

De um lado os "favoráveis necessários" à realização da Copa contra os "contrários inconscientes". Os primeiros são assim denominados, na sua grande maioria, por serem servidores federais ocupantes de cargos comissionados, que correm risco de exoneração se forem contrários, uma vez que suas indicações são meramente por apadrinhamento político, sem nenhum outro requisito de meritocracia. Os "adversários inconscientes" são partidários ideológicos, incapazes de reconhecer qualquer mérito em algum governo ou em alguém que não seja da sua agremiação partidária. As posições de ambos são tão confiáveis quanto as de torcedores fanáticos de clubes.

Quando o Brasil foi escolhido para sediar a Copa do Mundo de futebol, o governo federal se gabou de ter conseguido o que todos os outros nunca haviam conseguido. Uma verdade em termos, pois o Brasil não o fez em 1986 devido ao governo brasileiro ter entendido mais salutar não realizá-la, alegando dificuldades financeiras.

Não dá para se concluir se essa decisão fora acertada ou não. O certo é que o país se tornou sede da atual Copa e, como em todo evento de grande dimensão, aparecem os contrários e os favoráveis. Nada de errado até aqui, se ambos não ligassem suas posições ao governo de plantão e, por consequência, aos partidos.

Os "favoráveis necessários" tornaram o "sucesso" da realização do evento, até o momento, na oitava maravilha do mundo. Trata-se de uma percepção equivocada, por não discutir as questões de fundo dos "contrários conscientes", que se opõem por entender que o dinheiro gasto seria mais bem utilizado em outras áreas sociais, não mencionadas para evitar o desgaste com tanta repetição.

As críticas dos "favoráveis necessários" atingem somente aos "contrários inconscientes", que torciam apenas para que o evento não desse certo por razões de interesse eleitoral. Temiam, com razão sob a ótica defendida, que o sucesso da Copa se transformasse em reeleição do governo federal.

Mas isso é de uma obviedade ululante. Se o caos tiraria voto, como desejariam os "contrários inconscientes", naturalmente, o acerto traria voto, o que assumem os "favoráveis necessários".

Além da questão de prioridade, os críticos moderados se opunham aos gastos excessivos, aos preços abusivos dos ingressos, à soberania absoluta da FIFA, fazendo prevalecer suas regras sobre a soberania nacional, inclusive. Também querem serviços públicos de qualidade não apenas durante a Copa. São pontos que devem ser defendidos por todo cidadão de bom senso, de dentro ou de oposição ao governo.

Os "do contra por ser do contra" precisam se conscientizar que se são eles que defendem a perda da Copa para tirar voto, deveriam entender a regra da proporcionalidade contrária. Se tudo der certo, e como teve a participação do governo, esse governo terá voto.

Agora, é preciso subir o nível do debate. Segundo os especialistas pró-governo, o Partido dos Trabalhadores e o próprio Lula, na Arena Corinthians, foi a elite branca quem mandou a presidente tomar no cu. Ao menos precisam assumir quem foi que realizou uma Copa que só tem espaço para essa "elite". 
 
(*)  Pedro Cardoso da Costa – Interlagos/SP -  Bacharel em direito

domingo, 6 de julho de 2014

Repercussão da Reunião dos Ex Prefeitos

Texto: Marcos Leopoldo Guerra

As indagações e comentários feitos em função da matéria intitulada "Ex Prefeitos de Ubatuba Criam Grupo Para Discutir o Caos de Ubatuba" me fez antecipar a exposição pública sobre o que penso à respeito da atual situação de Ubatuba, incluindo nessa linha de raciocínio quem considero ser responsável pelo caos e apto a revertê-lo.

Preliminarmente, respondendo aos cidadão que indagaram sobre quem participaria da referida reunião, esclareço que mais importante do que nomes é o fato da reunião ter sido agendada. Em tese todo e qualquer cidadão que tenha exercido a função de prefeito e não tenha falecido poderá participar do grupo. Adiantar os nomes daqueles que iriam ou não participar dessa primeira reunião pouco ou nada importaria e continua não importando, pois o mais relevante é a criação do grupo.

No que tange aos comentários realizados por alguns cidadãos, é importante separá-los em dois grupos, ou seja grupo dos anônimos e daqueles que se identificaram. Há cidadãos que pela natureza de seus cargos, funções ou ligação com as pessoas envolvidas na denúncia, optam pelo anonimato, temendo represálias. Essa classe de anônimos difere e muito daqueles que se utilizam do anonimato por covardia, falta de caráter, para difamar, injuriar e caluniar, sem serem vistos ou identificados. Esse último grupo de anônimos é geralmente formado por falsos cidadãos, que no dia a dia, ficam de quatro para qualquer um que supostamente tenha poder ou esteja no poder. São pessoas que expõem suas opiniões, sem ter o menor interesse em efetivamente trocar ideias e discutir argumentos, pois é impossível dar continuidade ao comentário de anônimos, tendo em vista que não sabemos como e onde contatá-los. O comentário anônimo é útil única e exclusivamente para aquele que o escreveu, criando uma falsa impressão de ter havido participação social, controle social ou exercício de cidadania. 

Voltando a questão Ubatuba, problemas e soluções, destaco que a grande maioria dos comentários dos cidadãos que se identificaram bateu na tese de que o caos de nossa cidade decorre da ineficiência e omissão dos gestores anteriores. Tais comentários enaltecem a tese de que quem ajudou a criar o caos não possui legitimidade de auxiliar na solução. Além de simplista essa tese é ilógica e conduz a uma reflexão que a grande maioria da população de Ubatuba não quer enxergar. Cada um de nós é responsável por tudo que já aconteceu, está acontecendo ou acontecerá!

Há cada dois anos temos a missão de eleger políticos que agirão em nosso nome. Quer gostemos ou não, os cargos serão preenchidos por aqueles que se candidataram. Mesmo após as eleições o papel do cidadão permanece vivo e é fundamental para que possamos ter uma cidade melhor, um estado melhor, um país melhor e um mundo melhor. Adoro cozinhar, considero uma excelente distração e higiene mental. Já notei que todas as vezes que preparo uma lasanha, após trinta ou quarenta minutos de forno, o abro e encontro exatamente uma lasanha pronta. Nunca consegui colocar uma lasanha no forno e retirar um lombo assado. Na política e na vida é igual. Jesus Cristo e madre Teresa de Calcutá não são candidatos, portanto não devemos esperar milagres dos políticos e muito menos uma postura irrepreensível dos mesmos. É importante ressaltar que o próprio eleitor não é nenhum exemplo de pureza e honestidade.

O brasileiro possui a péssima mania de culpar os outros pelos seus fracassos, decepções e situações desagradáveis. A população de Ubatuba não é diferente dos demais cidadãos, sendo que, por ser uma cidade pequena, essa triste realidade fica mais latente. Os ex prefeitos cometeram inúmeras falhas, porém quem os elegeu fomos nós população. Nenhum deles tomou o poder a força e sequer se manteve no cargo nessa condição. Enquanto isso, nós população, ficamos refestelados em nossos lares esperando que milagres ocorressem. Durante o período eleitoral sempre optamos por ouvir o canto da sereia em detrimento da realidade que nos trouxe a situação atual. O eleitor não vota em quem lhe diz a verdade, prefere ouvir mentiras, obrigando assim àqueles que querem ser eleitos a esconder a realidade.

Moromizato foi eleito por falta de opção e somente ele e sua gangue de corruptos acreditam que o povo consciente realmente o escolheu. Em menos de dois anos de desgoverno a corrupção atingiu patamares jamais vistos, assédio moral e até mesmo sexual se transformou em regra e deixou de ser exceção. Moromizato e sua gangue conseguiriam deixar ruborizados os maiores canalhas do planeta, pois até mesmo eles não concordariam com as insanidades do até então suposto prefeito. Chegamos ao fundo do poço e é impossível piorar, pois somente um deficiente mental pode ser pior que Moromizato.

A situação acima descrita é um fato incontestável. Os ex prefeitos possuem plena noção da realidade de Ubatuba, de seus erros e de seus acertos. O simples fato de aceitarem se reunir já indica que o bom senso começou a prevalecer. É no mínimo estranho que àqueles que pregam cidadania e participação social queiram agora excluir os ex prefeitos da discussão de Ubatuba e seus problemas. Mais estranho ainda é vermos que muitos daqueles que criticam os ex prefeitos postam mensagens religiosas ou elevam o nome de Jesus. Não tenho religião mas acredito que crer na recuperação do ser humano seja um princípio de lógica e principalmente de fé em que algo muito maior do que nós nos colocou aqui e agora!

Enquanto pensarmos que os outros são responsáveis por nossos problemas e principalmente enquanto acreditarmos que nossa participação se encerra após as eleições, estaremos afundando cada vez mais, permitindo que inconsequentes, omissos e corruptos como Moromizato nos representem. Para termos uma cidade melhor é necessário cobrar, fiscalizar e admitir que muitos de nossos problemas demorarão 30 ou quarenta anos para serem solucionados. A falta de participação do cidadão fez com que muitos saíssem da política ou até mesmo se recusassem a participar da mesma. Somos os maiores responsáveis pela situação atual e os ex prefeitos enquanto cidadãos possuem pleno direito de criar um grupo para tentar alterar a situação atual.    

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18/06/2014, 2 comentários