O corporativismo tem sido muito citado nos últimos anos, sendo que com o julgamento dos poderes do CNJ - Conselho Nacional de Justiça o termo esteve presente na grande maioria dos jornais. O termo corporativismo possui, para muitos, uma conotação pejorativa, oriunda, provavelmente, da utilização indevida da definição de "interesses de uma classe social ou profissional". Corporativismo é algo muito maior e necessário na sociedade em que vivemos e não significa olhar única e exclusivamente para o próprio umbigo.
A grande maioria da sociedade brasileira parece pensar, raciocinar e clasifficar problemas ou soluções, em apenas dois extremos, ou seja, uma situação é ótima ou péssima, uma pessoa é de caráter irrepreensível ou um canalha. Os extremos e excessos distorcem a realidade e o próprio sentido principal da idéia ou sistema que se defende. Corporativismo deve ser definido apenas como sendo a defesa dos interesses de um grupo. Nesse sentido o corporativismo possui origem na busca por espaçode vozes isoladas que ao se unirem passam a ser ouvidas pela sociedade.
Ao atribuirmos uma conotação negativa ao corporativismo estamos, na realidade, contribuindo para que a vida em sociedade perca seu sentido. A vida em sociedade é a grande responsável por termos a nossa disposição alimentos, remédios e bens materiais. A sociedade é um organismo vivo que se desenvolve através de erros e acertos, sendo que, a cada dia, novas profissões nascem e novos grupos se formam atendendo a anseios da sociedade e buscando valorização por seu trabalho.
Atualmente muitos se utilizam do termo corporativismo para definir a defesa incondicional, imoral e irresponsável de uma pessoa ou de algumas pessoas que distorceram os conceitos que norteiam a própria profissão ou função. Como exemplo é possível citar a classe política, que atualmente é vista como sendo extremamente corporativista. Há pouco temo, em Ubatuba, ouvi um vereador dizendo que um vereador não fala de outro vereador pois são corporativistas. Não chamo isso de corporativismo e sim de suicídio, pois o corporativismo verdadeiro é o da defesa da classe e da função, ou seja, a defesa da função do vereador, do poder legislativa e do sistema político como um todo. Ao permitir que desvios de conduta sejam desconsiderados os envolvidos estão a desmerecer a prória classe. Político corporativista é o que defende a atuação correta e digna dentro do compromisso que assumiu junto aos que o elegeram.
O exemplo acima serve para juízes, promotores, médicos, policiais, professores, comerciantes, enfim para todas as profissões e grupos organizados. No corporativismo autêntico os próprios membros da categoria fulminariam os pares que atuassem de modo indevido, pois, tais condutas poderiam colocar em risco toda uma classe.
Ubatuba está no caos atual graças ao corporativismo distorcido, no qual, ações nefastas de determinados grupos afetam a sociedade como um todo. Ubatuba somente mudará seu declinio quando os grupos ou classes formalmente constituídos banirem seus pares que atuam de modo indevido. Na Câmara é necessário expurgar pessoas que atuam apenas em benefício próprio e transformaram a Casa de Leis em uma feira de quinta categoria, como os vereadores Gerson de Oliveira (Biguá), Silvinho Brandão, Romerson de Oliveira (Mico), Adilson Lopes, Claudnei Bastos Xavier, Osmar e Ricardo Cortes. Os partidos políticos precisam ter noções de limites, pois atualmente até mesmo as prostitutas ficam ruborizadas com os acordos inimagináveis feitos entre partidos. Os funcionários públicos efetivos precisam enfrentar de uma vez por todas os desmandos com a atuação indevida de funcionários fantasmas, comissionados aproveitadores e assédio moral, através de denúncias mesmo que anônimas, porém com fatos bem definidos e comprováveis à Corregedoria do Ministério Público e a imprensa. Os advogados devem cobrar ações enérgicas e imediatas da OAB de Ubatuba no que se refere a atuação imoral e ilegal de advogados como Délcio José Sato, Enos José Arneiro, Marcelo dos Santos Mourão, bem como ao fato de existirem procuradores não concursados e sem portaria na administração municipal. A Associação Comercial de Ubatuba deve cobrar do poder público, até mesmo judicialmente, se necessário for, ações efetivas com relação ao comércio ilegal e empresas que se utilizam de laranjas.
Por fim e mais importante é que cada cidadão perceba que viver em sociedade é uma resposabilidade de todos, que requer uma atuação constante na defesa dos interesses comuns. Assim sendo cada ação indevida deve ser denunciada, pois ao nos calarmos permitimos que tais atitudes sejam vistas como naturais e normais. Se algo será ou não feito em função de nossas denúncias ou reclamações pouco importa, pois fizemos a nossa parte. Ao agirmos, através de denúncias ou reclamações motivamos uma ou mais pessoas a fazer o mesmo.
Texto: Marcos de Barros leopoldo Guerra
Texto: Marcos de Barros leopoldo Guerra
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