Fonte: Zero Hora e AMARRIBO
Nem só de exemplos negativos é feito o mapa da transparência nas Assembleias Legislativas.
Entre os 27 órgãos, três mantêm portais exemplares, mas não se destacam
apenas por esse motivo: responderam aos pedidos de Zero Hora (ZH) de
forma detalhada e em menos de duas semanas, antes do prazo definido pela
Lei de Acesso à Informação.
Nos últimos dois meses, ZH fez contato com as 26 Assembleias e a Câmara
Legislativa do Distrito Federal em busca de dados financeiros e
funcionais. Conforme reportagem publicada no domingo, o levantamento
mostrou que a maioria não cumpre a lei da transparência.
Ao todo, apenas oito Assembleias foram consideradas transparentes,
principalmente em função da qualidade de seus portais. Mesmo assim,
todas passaram por um teste adicional: receberam pedidos de informação. A
agilidade e o grau de detalhamento das respostas foram avaliados e
pesaram na escolha dos três melhores exemplos.
Das 27 Casas, 11 sequer deram retorno. Dezesseis responderam, algumas
com dados parciais, outras de forma completa. Mas foram as Assembleias
de Minas Gerais, Santa Catarina e do Paraná que se destacaram pela
rapidez e facilidade com que forneceram os números. Isso significa que,
se um cidadão tem dificuldades para lidar com sites, ele poderá recorrer
a outros meios para obter as informações.
— Estamos fazendo o possível para cumprir a lei. Entendemos que a
transparência é a melhor funcionária que poderíamos contratar. É a
inimiga número um da corrupção — diz o presidente do Legislativo
paranaense, Valdir Rossoni (PSDB).
No caso da Assembleia gaúcha, o retorno chegou em 20 dias — dentro do
prazo. Só que, ao contrário de Minas, Paraná e Santa Catarina, o
Legislativo do Rio Grande do Sul se limitou a indicar o portal como
fonte. Se a resposta deixou a desejar, vale ressaltar que todos os dados
estavam disponíveis na internet, como manda a Lei de Acesso à
Informação.
Nomes e salários ainda são tabu
A lista com os nomes e os salários dos servidores ainda é tabu na
maioria dos Legislativos. Apenas quatro Assembleias divulgam os dados,
sendo que somente duas (Rio e Espírito Santo) sem nenhuma restrição
(veja abaixo).
— A divulgação nunca foi um problema para nós — garante Marcelo Bozio
Monteiro, secretário de Comunicação do parlamento do Espírito Santo.
Nas outras duas, (Rio Grande do Norte e Santa Catarina) no entanto, só é
possível fazer a consulta por nome. No site da Assembleia do Rio Grande
do Norte quem pesquisa é obrigado a se registrar. Há ainda o caso do
Piauí, cuja página abre um link para a pesquisa por nome, mas, até
ontem, o sistema não funcionava.
A questão vem sendo alvo de discussão no país. A Assembleia gaúcha
segue omitindo a informação, mas isso pode mudar. O presidente da Casa,
deputado Pedro Westphalen (PP), prometeu levar o caso à reunião de
líderes marcada para amanhã.
A mudança de posição pode ser desencadeada pela decisão do Tribunal de
Justiça, que, na última quarta-feira, passou a publicar os contracheques
com identificação.
Sem barreiras
Legislativos que se destacaram por disponibilizar a maioria dos dados solicitados por ZH e em tempo recorde
Minas Gerais: www.almg.gov.br
Tempo de resposta 1 dia
Avaliação
Foi a Assembleia que mais rápido respondeu ao pedido de informações de
ZH. A demanda foi feita no site do órgão, via formulário virtual, sem
complicações. A resposta veio por e-mail.
Portal da Transparência
Um dos mais completos entre os analisados. Tem interface amigável, com
dados expostos de forma clara e direta, facilitando a vida do cidadão.
Disponibiliza informações atualizadas e detalhadas.
Dados comparativos
Com os dados disponibilizados, é possível saber que a Assembleia
mineira é a segunda com o maior custo por parlamentar no país: R$ 12,97
milhões em 2013. Em primeiro lugar, está o Distrito Federal, com R$
16,15 milhões.
Santa Catarina: www.alesc.sc.gov.br
Tempo de resposta 8 dias
Avaliação
Segundo Legislativo mais rápido na resposta. O pedido foi feito por
meio de um formulário virtual disponível no site, preenchido em menos de
cinco minutos. O retorno deu-se via e-mail.
Portal da Transparência
Destaca-se pela variedade de informações. Oferece os números dos
telefones diretos da Coordenadoria de Informações, e o serviço funciona.
Atendentes tiram dúvidas e auxiliam na navegação pelo site.
Dados comparativos
A partir das informações obtidas, sabe-se que a Assembleia catarinense é
a quinta que mais gasta com pessoal, totalizando R$ 285,1 milhões. O
primeiro lugar cabe a Minas Gerais, onde o valor chega a R$ 709,9
milhões.
Paraná: www.alep.pr.gov.br
Tempo de resposta 12 dias
Avaliação
Terceiro lugar em agilidade. A solicitação foi feita no site do órgão,
que dá destaque à Lei de Acesso. Não exige nada além de nome e e-mail.
Resposta via correio eletrônico.
Portal da Transparência
Nota 10 na chamada "transparência ativa". Até o demonstrativo
financeiro diário e o controle de estoque da Assembleia são possíveis de
acompanhar pelo portal. E o acesso é simplificado.
Dados comparativos
A Assembleia paranaense foi uma das Casas que menos gastou com diárias
em 2012. Ao todo, segundo o órgão, foram usados apenas R$ 67 mil para
esse fim. Minas Gerais, que ocupa a liderança, gastou R$ 5,1 milhões.
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