Policiais disparam contra manifestantes durante a final da Copa das Confederações no Rio de Janeiro. (Foto: Tomaz Silva/ABr) |
Um dos alvos mais comum das enormes manifestações que aconteceram no país em junho eram os gastos com a Copa do Mundo da FIFA e algumas das maiores manifestações aconteceram justamente durante os jogos do evento teste para o Mundial, a Copa das Confederações. Para “conter” os manifestantes, o governo federal gastou R$ 58 milhões em “armas menos letais”, tais como balas de borracha, bombas de gás lacrimogênio e de efeito moral. Secretaria Extraordinária de Segurança para Grandes Eventos (SESGE), órgão que coordena as ações da área para megaeventos, havia comprado R$ 50 milhões para a ação, mais foi necessário fazer uma suplementação de mais R$ 8 milhões em equipamentos, pelo tamanho dos protestos.
Os dados foram divulgados no último dia 2, quando o governo federal divulgou um balanço geral da segurança pública durante a Copa das Confederações. Segundo o governo, foram mobilizados 54.734 agentes de segurança, em seis estados, sob mesmo planejamento operacional, um recorde para o país. De acordo com a SESGE manifestações “cresceram além do projetado”, o que levou a necessidade de aumento de policiamento em até 30% nas áreas de interesse da Copa das Confederações, sobretudo nos estádios, hotéis e aeroportos.
Na contabilização do governo federal 864 mil pessoas participaram dos protestos durante os 16 dias do evento. De acordo com a SESGE, o protesto no Rio foi o que reuniu mais pessoas: 300 mil. A manifestação de Belo Horizonte vem em segundo lugar, com 60 mil ativistas, seguida do ato de Salvador (20 mil) e Brasília (2.500).
Na avaliação da secretaria os dias mais críticos para a Copa das Confederações foram o jogo de abertura em Brasília (DF); a partida entre México e Uruguai, em Belo Horizonte (MG); Nigéria e Uruguai, em Salvador (BA); e Espanha e Taiti, no Rio de Janeiro (RJ).
“Vinte de junho foi um dia especialmente tenso. Os protestos naquela quinta-feira se tornaram violentos e grupos numerosos de manifestantes queriam atingir a competição. No Rio e em Salvador, vândalos seguiam em direção ao estádio e deixavam um rastro de destruição”, relembra Valdinho Caetano, da SESGE.
Para Caetano, “a polícia jamais perdeu o controle da situação, no que se refere à segurança da Copa das Confederações. Em nenhum momento foi necessário empenhar contingente das Forças Armadas na contenção das manifestações ou em ações de policiamento”.
Durante a final da Copa das Confederações, enquanto a seleção brasileira vencia a espanhola no Estádio do Maracanã, do lado de fora a polícia militar entrou em confronto com manifestantes, utilizando grande quantidade de gás lacrimogênio, que chegou afetar pessoas que estavam dentro do estádio. O atacante Hulk admitiu que alguns jogadores da seleção brasileira sentiram o efeito de gás ao comemorar o primeiro gol da seleção brasileira.
Não foi divulgado pela SESGE o balanço de pessoas detidas seja nas manifestações ou por crimes como furtos e assaltados.
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