Há cerca de 20 anos, Rodrigo Bandeira Luna, 41, largou seu emprego no
mercado financeiro para se dedicar ao terceiro setor. Em 2009, criou o
Cidade Democrática (cidadedemocratica.org.br), no qual é possível
apontar problemas da cidade e discutir soluções.
Desde criança morador da Pompeia, na zona oeste, o administrador de
empresas acredita que a cidade possui muita gente capacitada, mas que os
paulistanos precisam se unir para lutar por melhorias.
O que falta para São Paulo ser mais democrática?
Falta percebermos que o poder está nas nossas mãos. Não dá para ficar
em casa vendo TV, só reclamando da vida e tentando ganhar mais dinheiro.
A gente precisa se encontrar no espaço público.
Como vê a disputa entre moradores e skatistas na praça Roosevelt?
O assunto é emblemático do nosso desafio de dialogar. O lance é
conversar para estabelecer acordos. É assim que se constrói a vida em
sociedade.
Que lugares conseguiram melhorar por conta desse tipo de acordo?
O Morumbi é um dos lugares com mais área verde na cidade. É porque as
pessoas falaram: é isso o que a gente quer e vamos lutar para manter
assim.
Não tem a ver com a população ali ser mais rica e ter mais influência?
Sim, mas podemos ter influência se soubermos o que queremos. Se você
não sabe o que quer, vem um candidato e você diz: "Acho que ele é o mais
preparado".
O paulistano não sabe votar?
As pessoas ficam nas redes sociais defendendo seu candidato a todo
custo. Mas qual é seu comprometimento com o candidato? Se ele faz algo
com que discorda, você deveria dizer: "Votei nesse cara e acho um
absurdo ele fazer isso".
O que SP tem de melhor em relação a outras cidades nesse quesito?
São Paulo tem muita competência. Tem gente boa, que tem experiência,
habilidade. São Paulo agrega muita gente capacitada para tornar a cidade
melhor.
E de pior?
A gente não constrói uma cidade que recebe bem o outro. Somos fechados,
provincianos. As pessoas viajam e dizem: "No exterior é que é bom". O
que as comparações fazem é nos apequenar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário