A distribuição de adesivos contra o aumento do número de vereadores voltou a ser realizada sábado (3), no Centro de Maringá. Os voluntários, ligados a diversas entidades, como Associação Comercial e Empresarial de Maringá (Acim), ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Sociedade Rural e Conselho Comunitário de Segurança, exibiram faixas e levaram 25 mil adesivos.
O movimento será intensificado até o próximo dia 13, quando a proposta de aumento de 15 para 21 vereadores será votada em primeira discussão na Câmara Municipal. Os representantes de entidades de classe que participarão da tribuna de honra do desfile de 7 de Setembro estarão com camisetas pretas, que exibem a frase "Luto por Maringá. Eu digo não ao aumento do número de vereadores".
Entre os motoristas abordados pelos voluntários da campanha estava o prefeito Silvio Barros. Ele conduzia um Chery QQ pela Avenida Papa João XXIII, ao lado da Catedral, quando abriu a janela para ouvir uma voluntária. Ele sorriu, não aceitou que o adesivo fosse colado no carro, mas levou um embora.
O presidente da subseção da OAB em Maringá, João Everardo Resmer Vieira, diz que o objetivo da campanha é conscientizar a população sobre os gastos decorrentes do número de cadeiras no Legislativo. "O aumento de vereadores não significa aumento de representatividade da população. O que a gente deve buscar é o aumento da qualidade", diz.
A presidente da Sociedade Rural de Maringá, Maria Iraclézia de Araújo, também cita o aumento de despesa do município, como um dos motivos da campanha. "O aumento de vereadores tem um reflexo muito grande nos gastos públicos".
Wilson Filho, presidente do Sindicato dos Estabelecimentos do Ensino Privado de Maringá (Sinepe), lembra que a campanha contra o aumento do número de vereadores é a primeira fase da mobilização. "Daqui um ano teremos eleições municiais e o próximo passo será a campanha pelo voto consciente", diz.
Articulação
Semana passada um grupo de dez vereadores assinou uma proposta de emenda à lei orgânica do município, que prevê a redução do orçamento da Câmara. Hoje, o Legislativo maringaense pode gastar até 5% do total das receitas municipais. A proposta,que ainda não foi votada, prevê a redução para 3,5%. A proposta é uma forma de justificar que o aumento de vagas na Câmara não vai resultar em maiores gastos.
Para o presidente da OAB, a medida que reduz o teto dos gastos não é convincente. "Eles poderiam no ano que vem fazer uma nova lei, elevando novamente para 5% o teto dos gastos", avalia Vieira. Já a aprovação do aumento de vereadores só poderia ser revertida pela Legislatura seguinte, quatro anos depois à ampliação das vagas.
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